"Muito amoroso e ligado às mulheres, sempre pronto a servi-las".
Estas são palavras de Giorgio Vasari (Vidas dos artistas, 1550) que nos revelam um pouco da intimidade de Raffaello Sanzio. O gênio do Renascimento viveu sempre rodeado por lindas mulheres. Entretanto, foi no bairro de Trastevere, em Roma, que ele encontrou o seu grande amor.
Margherita Luti era filha de um padeiro (fornaio, em italiano) e, por este motivo, ficou conhecida como "a bela Fornarina". Apaixonado, Raffaello fez dela um retrato que se tornou testemunho dessa história de amor.
Alguns detalhes do quadro são indícios do forte sentimento existente entre os dois. Note que a Fornarina possui um bracelete sobre o qual está escrito, em letras douradas, Raphael Urbinas (Urbinas vem de Urbino, a cidade natal do seu amado). Já a vegetação ao fundo é composta por ramos de murta, um símbolo de paixão e de amor eternos desde quando, na Grécia Antiga, esta planta foi consagrada à deusa Vênus.
Os traços da Fornarina aparecem em outras obras de Raffaello (as quais, futuramente, veremos aqui no nosso blog). Entretanto, o seu retrato seminua, levando a mão ao coração com um olhar de enorme intimidade, foi tão importante para o pintor que, este quadro, ele nunca vendeu.
Em 1520, mesmo ano da morte de Raffaello, Margherita Luti entrou para o convento de Sant'Apollonia in Trastevere. A história de amor dos dois, contudo, está longe de ser esquecida...
Saiba mais!
A casa da Fornarina, localizada na Via di Porta Settimiana, 8, é hoje um tradicional restaurante, o "Romolo nel giardino di Raffaello e della Fornarina". O seu lindo jardim é uma ótima sugestão de meta romântica para os apaixonados de passagem pela Cidade Eterna.
Conheça esta obra-prima!
La Fornarina (1518)
Galleria Nazionale d'Arte Antica di Palazzo Barberini
Roma