Você deve ter notado que algumas colunas compõem a paisagem. Pois bem: elas já fizeram parte de um templo cujas origens remontam ao século VII a.C., dedicado ao deus Apolo. Apolo era o principal interlocutor do onisciente Zeus junto aos homens, e o seu templo em Delfi teve uma enorme influência na vida da Antiga Grécia – as decisões políticas mais importantes que marcaram a História grega dependiam, em grande parte, daquilo que os sacerdotes desse local interpretavam como mensagem de Apolo.
Ao fundo o Monte Parnaso, protagonista desta minha breve reflexão. Segundo a mitologia clássica, é no topo dessa montanha que moram Apolo e as Musas, as representantes do ideal supremo da Arte entendida como a “eterna magnificência do divino”. Nas obras literárias em latim, o Parnaso se tornou, por metáfora, o símbolo da poesia: das suas entranhas escorre uma água que infunde inspiração poética a quem dela bebe.
Ano 1510 da era cristã. Estamos em uma das mais impressionantes realizações artísticas de todos os tempos: a decoração dos aposentos pontifícios e da Capela Sistina, no Vaticano. Abaixo, o Parnaso segundo Raffaello Sanzio.
Il Parnaso
Stanza della Segnatura - Musei Vaticani
Vaticano