Na praça principal de todas as localidades conquistadas pela então República de São Marcos, a coluna com o Leão Alado, símbolo do evangelista, estava presente.
Marcos conviveu com Jesus e foi o autor do primeiro Evangelho. Missionário da fé entre as primeiras comunidades cristãs ao lado de São Pedro e São Paulo, morreu mártir em Alexandria, no Egito. Mas, por que então Veneza?
Uma história lendária conta que dois marinheiros mercantes venezianos (personagens típicos, aliás, de uma cidade fundada a partir do comércio) resgataram e embarcaram o corpo do santo sob um carregamento de carne suína. Com tal mercadoria impura – pensavam – não seriam vistoriados pela guarda muçulmana. Estavam certos, e até hoje São Marcos é venerado na Basílica a ele dedicada numa das praças mais lindas do mundo.
Tintoretto imortalizou esse episódio com toda a sua maestria teatral.
Uma tempestade: é isto que Tintoretto quis representar! Um temporal de verão que permitiu aos mercadores de salvar a preciosa relíquia. Cinquenta anos antes de Tintoretto, na mesma cidade, Giorgione havia concebido um evento meteorológico como protagonista de um quadro – a primeira vez na história da pintura ocidental.
Conheça esta obra-prima!
Il trafugamento del corpo di San Marco (1562-1566)
Gallerie dell'Accademia
Veneza